segunda-feira, novembro 13, 2006

CREATIVE COMMONS

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sexta-feira, outubro 27, 2006

Estado providência

É no Estado providência que se constroem as solidariedades, que se tece o combate contra as desigualdades sociais, que se constrói uma cultura democrática que ajudará a formar cidadãos que acreditem que a democracia e a igualdade política são objectivos desejáveis.

O Estado providência desenvolve e aplica uma serie de programas de politica social e económica, com o objectivo de (re)destribuir a riqueza de forma mais justa e igualitária. Estes programas visam proteger e/ou diminuir a pobreza, proporcionara aos cidadãos em geral um serviços nacional de saúde, uma escola publica de qualidade, um rendimento mínimo garantido para os que nada possuem, entre outras medidas socialmente relevantes.

Classes médias

Politicamente a importância das classes médias nas sociedades capitalistas desenvolvidas foi crucial, pois foi o crescimento das classes médias que permitiu um pacto social pela qual o Estado, as empresas e os trabalhadores pareciam assumir um projecto comum de sociedade em que o Estado Social e o Estado Providencia surgem como modelo teórico desse pacto social.

O estado providência contemporâneo surge no pós-guerra e como consequência do consenso que se construiu entre todas as forças políticas enroupeis. Em Portugal o estado providência é uma realidade com pouco mais de trinta anos.

Estado providencia já não serve?

Todos os que se organizam em torno da ideia de que o estado providencia já não serve, que se tornou demasiado oneroso relativamente a outros modelos não se preocupam com as fugas de capitais, com o não pagamento dos impostos de um número significativo de empresas. Hostilizam o Estado e defendem as praças financeiras offshore ou paraísos fiscais; o não aumento dos impostos para a Banca, os seguros, entre outros. São os mesmos que consideram que o mercado é bom e as intervenções do Estado são más, que exigem desregulamentação das leis do trabalho, liberalização do mercado e da circulação de capitais, privatização das empresas nacionalizadas/públicas: as telecomunicações, os bancos, os seguros, os C.T.T., a Telecom e a Petrogal não podem escapar à lei da procura e da oferta, defendem.

Desregulação, liberalização e privatização é a palavra de ordem da nova central do capital que exige uma espécie de luta de libertação do capital. Mas, os que exigem menos Estado e mais mercado, os principais queixosos dos excessos do Estado social servem-se do mesmo para estabelecer acordos de pré-reforma com os seus trabalhadores, rejuvenescendo o seu pessoal à custa dos contribuintes.

Novos jornaleiros

Os novos jornaleiros, deste século são formados na sua maioria pelos desempregados das classes médias. A precarização do seu trabalho obriga-os a estarem prontos para o que der e vier. Os gestores possuem recursos humanos suficientes e grátis para recorrerem sempre que necessário: todos os dias existem milhares de pessoas que perdem o seu posto de trabalho; todos os dias os saberes profissionais são desqualificados.

Antigamente a construção de uma empresa industrial comprometia-se e assegurava localmente, por um período de décadas, os posto de trabalho de milhares de trabalhadores. Hoje, o Estado oferece terrenos, isenção de impostos, um conjunto indeterminável de benefícios para a instalação de grandes empresas multinacionais na esperança de estas criarem novos postos de trabalho, desenvolverem a economia dos país, trazerem novas competências tecnológicas aos trabalhadores portugueses. Mas, estas empresas comprometem-se (somente) com a criação de algumas centenas de postos de trabalhos e deslocalizam-se antes, dos compromissos assumidos com o Estado, terem sido satisfeitos. A transformação técnica desqualificou os saberes profissionais, precarizou-o e tornou-o mais supérfluo.


A mundialização/globalização pode-se tornar uma armadilha para a democracia?!

As classes médias pagarão a crise ou engrossarão o grupo de cidadãos excedentários e inúteis?

quinta-feira, outubro 19, 2006

Que importância assume a prestação do serviço militar na vida (durante a 1ª Grande Guerra) de António Maia?

(ver vídeo da 1ª G.G.)

A sua participação na Grande Guerra abre-lhe novas possibilidades relacionais. As janelas abrem-se, ainda mais com a sua ida para França, toma contacto com outra realidade sócio-cultural, apercebe-se que existem outros mundos. Convive de perto, muito perto, com a realidade devastadora de guerra, dará outro significado à existência humana, compreenderá diferenças, crescerá como pessoa, os seus horizontes alargam-se, as suas novas amizades foram tecidas em situações em que a solidariedade é a arma mais eficaz, mais necessária, os seus amigos são agora muitos mais. A Guerra é devastadora, perversa e bárbara mas, para os que sobrevivem, contém ensinamentos que disciplinam e educam. A experiência da guerra evidencia muitas das incompletudes, de que o ser humano é feito, porque ele é o portal de inexplicáveis desmandos.

Porque não existem experiências cegas desprovidas de sentido António Maia, entrou na tenda dos desmandos e escutou-lhe os sentidos. A guerra provoca: o sentimento de angústia, faz relembrar a existência do indivíduo no mundo entendida num contínuo risco de definhamento; o sentimento de medo que debilita o indivíduo, deixando-o abandonado e sem amparo; o sentimento de solidariedade que emerge da radicalização de todos os outros sentimentos e da consequente necessidade de entreajuda; o sentimento de coragem que se expressa na necessidade de o indivíduo compreender a realidade em que está emerso e aprender a lidar com ela. A guerra alojou os indivíduos nestes sentimentos, com eles guerreavam e, ao guerrearem, transformavam-se.


António Maia estava na sua primeira estação de vida, a sua permanência aqui dilatou-se mais do que seria desejado, a demora foi duradoura, razão pela qual, não passou de uma estação para outra, como seria normal, saltou-as. De tal forma isto aconteceu, que andou por mares nunca antes navegados, descobriu caminhos nunca percorridos, e fez parte da experiência do futuro.


António Maia torna-se um homem de respeito não só para sua família, para a generalidade das comunidades ciganas, como igualmente, para a generalidade da sociedade portuguesa.








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tradutor