quinta-feira, outubro 19, 2006

Que importância assume a prestação do serviço militar na vida (durante a 1ª Grande Guerra) de António Maia?

(ver vídeo da 1ª G.G.)

A sua participação na Grande Guerra abre-lhe novas possibilidades relacionais. As janelas abrem-se, ainda mais com a sua ida para França, toma contacto com outra realidade sócio-cultural, apercebe-se que existem outros mundos. Convive de perto, muito perto, com a realidade devastadora de guerra, dará outro significado à existência humana, compreenderá diferenças, crescerá como pessoa, os seus horizontes alargam-se, as suas novas amizades foram tecidas em situações em que a solidariedade é a arma mais eficaz, mais necessária, os seus amigos são agora muitos mais. A Guerra é devastadora, perversa e bárbara mas, para os que sobrevivem, contém ensinamentos que disciplinam e educam. A experiência da guerra evidencia muitas das incompletudes, de que o ser humano é feito, porque ele é o portal de inexplicáveis desmandos.

Porque não existem experiências cegas desprovidas de sentido António Maia, entrou na tenda dos desmandos e escutou-lhe os sentidos. A guerra provoca: o sentimento de angústia, faz relembrar a existência do indivíduo no mundo entendida num contínuo risco de definhamento; o sentimento de medo que debilita o indivíduo, deixando-o abandonado e sem amparo; o sentimento de solidariedade que emerge da radicalização de todos os outros sentimentos e da consequente necessidade de entreajuda; o sentimento de coragem que se expressa na necessidade de o indivíduo compreender a realidade em que está emerso e aprender a lidar com ela. A guerra alojou os indivíduos nestes sentimentos, com eles guerreavam e, ao guerrearem, transformavam-se.


António Maia estava na sua primeira estação de vida, a sua permanência aqui dilatou-se mais do que seria desejado, a demora foi duradoura, razão pela qual, não passou de uma estação para outra, como seria normal, saltou-as. De tal forma isto aconteceu, que andou por mares nunca antes navegados, descobriu caminhos nunca percorridos, e fez parte da experiência do futuro.


António Maia torna-se um homem de respeito não só para sua família, para a generalidade das comunidades ciganas, como igualmente, para a generalidade da sociedade portuguesa.








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