Regresso ao Passado: da peste Bubónica[1]
do Porto de 1899 ao Covid 19
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Carlos Alberto da Cunha Coelho, numa dissertação inaugural apresentada na Escola Médico-Cirúrgica do Porto, no ano de 1900, expõe da seguinte forma alguns dos casos de peste atestados no Porto no ano de 1899[4]:
Um homem de 44 anos
de idade, casado, trolha, natural do lugar de S. Roque da Lameira, na freguesia de
Campanhã, conselho do Porto, e residente na travessa da Póvoa n.º 79, da freguesia do
Bonfim, Porto. Recolheu ao hospital do Senhor do Bonfim no dia 25 de outubro,
às 10 horas da noite. Teve alta em 15 de novembro de 1899, tendo estado doente
durante 24 dias.
Um jovem de 14 anos
de idade, solteiro, aprendiz de ourives, natural do Bonfim, Porto, e morador na
rua do Loureiro n.º 56, da freguesia da Sé. Entrou para o hospital do Senhor do
Bonfim em 26 de outubro. Em 16 de novembro, o doente fora considerado curado.
Outra jovem infetada da mesma idade, solteira, criada, residente na rua da
Carcereira n.º 25, Carvalhido, Porto, e natural de Luanda faleceu em 14 de
novembro de 1899.
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Um homem de nacionalidade espanhola, de 47 anos
de idade, carrejão de bordo e de armazéns do porto e morador na rua da Fonte Taurina
n.º 88. ausentou-se para ir à latrina, e como se demorasse, os companheiros
foram dar com ele já morto. Outro homem de 33 anos, igualmente espanhol, também
carrejão, morador nas Escadas das Verdades, ilha do Trinta, adoeceu no dia
seguinte ao funeral de um indivíduo, de quem era amigo e companheiro. Esteve no
hospital de Santo António onze dias. Nos dias anteriores à sua morte carregou
bacalhau para a casa Araújo. Outro espanhol morador na Fonte Taurina n.º 88 de
57 anos, locandeiro[5],
foi, igualmente, contagiado. O restabelecimento foi moroso. O contágio deixou-o
muito debilitado e incapaz para o trabalho.
Uma mulher portuguesa
de 26 anos, casada, moradora na rua Fonte Taurina n.º 84, grávida de alguns
meses, abortou e dois dias depois faleceu. Na véspera do seu falecimento, um
outro filho, de 6 meses, pereceu. Era uma criança débil e mal alimentada.
Um homem de nome Ham,
Anamita[6],
foi atacado de peste na noite de 18 para 19 de agosto. Morre subitamente às 6
horas, apesar do tratamento.
Uma mulher, casada,
com 21 anos de idade, foi atacada de peste no mesmo dia que seu marido, a 9 de
julho. Foi examinada, tratada e recuperada.
O perigo espreitava e
a única medicação existente na altura era o soro
Yersin, produzido pelo Instituto Pasteur de Paris. Duzentos tubos deste
medicamento foram logo encomendados[7].
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As
medidas sanitárias
A primeira notícia
sobre a peste bubónica foi publicada no dia sete de julho pelo jornal O Comércio do Porto: relata, entre
outras coisas, que o Sr. Dr. Ricardo Jorge efetuou uma visita sanitária a
alguns prédios da rua Fonte Taurina e que mandou desinfetar os prédios e deu
instruções à direção clínica do Hospital Geral de Santo António para ser
facilitada a entrada dos enfermos no mesmo hospital [8].
É em nome e na defesa
do reino que são decretadas as necessárias medidas de isolamento contra a
peste, declararam as autoridades. O decreto aplicava medidas de limitação de
circulação de pessoas e mercadorias a partir do Porto. Os viajantes que
desejassem sair da cidade de comboio estavam obrigados a fazer uma inspeção
médica à partida e no destino. Teriam, igualmente, de viajar com uma guia
sanitária. As bagagens eram desinfetadas e as mercadorias só poderiam sair pelo
mar quando desinfetadas[9].
O êxito destas medidas
de isolamento, determinadas contra a peste, estava dependente da adesão ou não da
população da cidade do Porto e, sobretudo, da capacidade das autoridades e das
condições existentes nos serviços sanitárias. Motivo, pelo qual, os jornais
foram considerados pelas autoridades sanitárias um meio privilegiado de
divulgar informação[10]. Mas, a resistência emergiu e a ação dos médicos
e do restante pessoal de saúde foi dificultada. O desconhecimento, a ignorância
e má vontade das gentes do Porto complicaram, ainda mais, a já problemática
situação em que se vivia. A relação entre corpo e a doença, neste caso a peste,
originou a emergência de representações sociais sobre aqueles
que se encontravam enfermos que tornou difícil falar de uma sem mencionar
a outra. Rejeitando a existência de doentes com peste, nuns casos; não os
transportando ao hospital, noutros; ou obstaculizando as necessárias medidas de
desinfeção, as autoridades, para darem resposta ao surto epidémico, acabaram por
impor o “cerco à cidade do Porto”:
“Enquanto durar a epidemia da peste bubónica
na cidade do Porto, será interrompida a liberdade incondicional das suas
relações com o resto do reino por meio de um cordão sanitário, disposto pelo
modo mais ajustado à defesa sanitária contra a mesma epidemia, e com os postos
neutros necessários para o abastecimento daquela cidade”[11].
As
medidas sanitárias debaixo de crítica
O Comércio do Porto
manifestou-se contra a cerca sanitária. O Diário de Notícias citou artigos de
médicos publicados em revistas científicas para considerar o cerco como algo
injustificado e em desuso. Fez referência a um artigo do Sr. Dr. Miguel
Bombarda[12],
publicado na Medicina Contemporânea,
para concluir que ‘os cordões sanitários não são já do nosso tempo”[13].
Miguel
Bombarda, citado,
igualmente, pelo diário O Comércio do Porto, expõe:
“Fundada e apoiada nas
mais ponderosas autoridades estrangeiras, nas resoluções dos congressos de
Veneza, Dresden, Roma e Viena, seguidas e acatadas por todas as nações, ficou assente não só a ineficiência dos
cordões sanitários e consequentes lazaretos, mas o perigo deles, a sua
influência nefasta na disseminação das epidemias”[14].
“O Porto teve a peste, a fome e a guerra
quando do cerco homérico que experimentou; e a geração altaneira desse tempo
não tremia diante de micróbios, como não tremia debaixo da metralha. Se há
coisa hedionda agora, não é a peste infeta: é o medo infeto da peste”. E
acrescentava: “Estas ideias de
isolamento são a calamidade mais espantosa. […] Isolar o Porto, dadas as
relações económicas que o prendem particularmente às províncias do Norte,
implica decretar a miséria”[16].
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Os críticos do
isolamento tiveram na imprensa do Porto a “caixa-de-ressonância” das suas
opiniões, é um facto. Mas, a ação da imprensa estendeu-se muito para além das
opiniões de alguns críticos, associando-se aos esforços humanitários das elites
portuenses desassossegadas com as condições de higiene dos pobres. Reclamavam
habitações saudáveis e económicas para os pobres. Nas ilhas do Porto os
operários e os trabalhadores eventuais viviam sem o mínimo de condições de
higiene, dormiam nos mesmos colchões de palha, em quartos compartilhados, sem
água corrente ou saneamento básico. As ruas do centro histórico onde irrompeu a
peste conservavam o seu perfil medieval, com os dejetos despejados a céu aberto
e ruas sem saneamento. Estes esforços humanitários das elites portuenses
desassossegadas assentavam numa pretensão mais vasta: edificar uma linha
vermelha que não poderia ser transposta em nome da preservação sanitária[18].
Esta linha vermelha teria de passar pela melhoria das condições de vida das
pessoas pobres. Mas, esta ação de beneficência não surtiu os almejados efeitos
e as gentes mais desfavorecidas do Porto não beneficiaram de “habitações saudáveis e
económicas”. Pobres continuaram. As estatísticas de higiene do ano de 1950,
relativas às comodidades domésticas e das condições sanitárias das casas em
Portugal, eram, ainda, consideradas “calamitosas”[19].
A noção de saúde
reflete e diversifica-se de acordo com os contextos sociais, as condições
sanitárias que neles se viviam, as situações económicas, políticas e culturais. Isto
é, a saúde não é compreendida da mesma maneira por todas as sociedades,
comunidades, culturas e pessoas. O entendimento que dela existe depende da
época, do lugar e da classe social. Provém, ainda, de valores e opções individuais,
de perceções científicas, religiosas, filosóficas. O mesmo, aliás, poderá ser
dito em relação às doenças. O que é visto como doença resulta de uma enorme
pluralidade de conceções. Períodos da história existiram em que a fuga dos
escravos era considerada enfermidade mental: a drapetomania[20]. A
terapia proposta para as pessoas que “sofriam deste mal” era o açoite. Ora,
quem sofria deste mal, a drapetomania ou desejo de fugir, eram as pessoas
negras escravizadas. A conceção de doença deve, por isso, ser compreendida
dentro do paradigma sociocultural em que se manifesta.
Mas, os obstáculos e
as dificuldades de aceitação do surto epidémico por parte da imprensa e da
população em geral não coibiram a Sociedade de Medicina e Cirurgia do Porto de
decidir, unanimemente, classificar o surto epidémico de peste bubónica.
Relata o jornal, A Tarde, que perante as manifestas desconfianças, o Sr. Dr. Câmara Pestana mandou
consultar o Instituto Pasteur de Paris sobre a natureza da bactéria que motivara os casos do Porto. Em resposta a esta solicitação, o Instituto Pasteur, em resposta à dita solicitação,
informara que se tratava da peste bubónica. Mesmo assim, alguns médicos
resistiram a aceitar esse diagnóstico e existia, entre a população, como ficou
comprovado, alguma repugnância em reconhecer o diagnóstico da peste bubónica.
Mas não eram,
unicamente, esses os obstáculos e as dificuldades de aceitação do surto
epidémico e das medidas de isolamento adotadas pelas autoridades contra a
peste, por parte da imprensa e da população em geral. Outro dos obstáculos
centrava-se na situação politica em que se deparava o reino. A malograda
tentativa de implantar a República no Porto, em 1891[21],
entre outros fatores políticos, contribuíam para a fragilidade das decisões tomadas contra a já referida peste bubónica. Embora o ataque a que foi sujeito tenha sido
violento, Ricardo Jorge permaneceu no combate à peste, durante os meses em que a
epidemia se propagou evitando que a mesma ultrapassasse,
de forma substantiva, a malha urbana da cidade e se registassem não mais de que três centenas de casos[22].
Num cenário político
intranquilo e em constante mutação o Presidente da Câm ara do Porto anunciou a sua demissão, em protesto contra o cordão sanitário, e contra a ingerência do
governo central de Lisboa nos negócios da cidade. Embora com o apoio de muitos
dos médicos da cidade do Porto, o Dr. Ricardo Jorge acabou, também, por
solicitar a exoneração do exercício das suas funções e pedir a sua transferência para Lisboa[23].
Os “opinion makers” e “opinion leaders” que, então, tinham influência sobre a opinião
pública do reino assinalaram o seu lugar na história. Estiveram nas lutas que
marcaram a “erosão na confiança entre cidadãos e do lado oposto à solidariedade
como pilar das decisões”. Com as suas ações, o Dr. Ricardo Jorge não só minimizou
os riscos da pandemia, mas sobretudo, agiu no seu tempo, como um homem que pensou fora da caixa.
Sem âncora no mar
revolto e sem as amarras do tempo, aproveitou a sua estadia em Lisboa para
entrar numa janela do tempo e
reconstituir os Serviços de Saúde Pública e o Regulamento Geral dos Serviços de
Saúde. No seu tempo, Ricardo Jorge atuou como um genuíno “agente transmissor” da mudança.
Descrever, ainda que
resumidamente, o percurso de vida profissional de Ricardo de Almeida Jorge
(1858-1939) não é tarefa fácil. Foi um indivíduo multifacetado: médico, homem
de ciência e de cultura, higienista, ensaísta, crítico de arte, historiador da
medicina, político, entre outras atividades, que permanecendo, ainda hoje, uma referência não apenas no universo médico e científico, mas também noutras áreas do
saber em que participou e se distinguiu.
O surto epidémico do
Porto de 1899 revelou-se um campo de
estudo importantíssimo, contribuindo para o advento dos mais modernos
métodos científicos da época. Comprovou, também, a competência profissional dos
médicos portugueses, entre eles, o Dr. Ricardo Jorge, que foram internacionalmente reconhecidos pela sua ação no combate à epidemia e elogiados em relatórios científicos
publicados designadamente pelos médicos espanhóis e franceses[24].
A
peste negra ceifou muitas vidas e arruinou as economias e foi o ventre que ajudou a expulsar do seu útero o
renascimento; não tendo atingido as dimensões de
outras epidemias, o surto epidémico do Poro de 1899 extinguiu, também, muitas vidas e lesou a economia local. Essa
nociva pestilência obrigou as autoridades a refletir acerca das políticas de
saúde e, como resultado, propiciou a informação imprescindível para a reorganização
dos Serviços de Saúde Pública do reino.
E
que contributo nos dará o atual surto epidémico da Covid-19?
Escreverei,
noutro momento, acerca da Covid-19. É uma das mais graves pandemias do nosso tempo. Obrigou a um confinamento
que perdurará para sempre. Será o confinamento que habitará dentro das nossas
cabeças. Mas existe algo que nos permite, desde já, afirmar: a Covid-19 vai ser
um acelerador digital. Assim como acontece
com um fogo ou com uma pandemia, este acelerador
digital dispersara centelhas por todo o lado. O processo de aceleração já
teve início com a instrumentalização de alguns serviços vitais, como são, entre
outros, o trabalho remoto (o teletrabalho), a educação à distância, (a
telescola), o comércio online. A
tecnologia de bases dados detetará
precocemente, entre outras inovações, as pandemias através do boletim
meteorológico.
O
desenvolvimento das tecnologias digitais, que incluem o 5G, permitirá conectar,
entre outros, os médicos e os pacientes de uma forma diferente da atual relação
interpessoal existente, abrangendo os hospitais e a sociedade em geral; os
professores e os alunos relacionar-se-ão num cenário interpessoal diferente; a
comunidade, a escola, os pais e / ou encarregados de educação colaborarão num
contexto educativo com renovadas e mais eficazes possibilidades de novas
aprendizagens, mais cooperação, maior e melhor participação cívica e comunitária.
As abordagens holísticas emergirão mais velozmente. Mas a Covid-19 veio comprovar-nos uma outra realidade, que alguns persistem em ignorar: a fragilidade de algumas
democracias, ditas modelares, como é ocaso dos Estados Unidos da América, com
baixíssimos recursos para conter a Covid-19. O modelo de saúde dos EUA assenta na
privatização da saúde e na penúria do seu serviço de saúde. A ideia de
comunidade nos Estados Unidos da América plasmada na frase “America firts, again” que assenta numa demanda de comunidade que estigmatiza o outro, o diferente. É
excludente, racista e misógina.
Atestou,
como já se tínha aferido no passado com outras epidemias, que a Covid-19 é
democrática - contagias todos de igual forma -, mas são os pobres e os grupos sobremaneira vulneráveis os mais atingidos. A Covid-19 já causou, e provocará no futuro
muitos prejuízos, mas estes serão nacionalizados
e os dividendos distribuídos. É
preciso confiar no futuro, num novo mundo que vai dando passos em frente, mas,
como diz o ditado popular, Confia no futuro, mas põe a casa no seguro.
[1] A
doença é provocada pelo bacilo Pasteurella
pestis — ou Bacillus pestis, ou
ainda Yersinia pestis - sendo em
primeiro grau, uma moléstia de roedores, podendo ser transmitida aos homens por
pulgas oriundas de ratos contaminados (Silva, Victor
Deodato da. 383).
[2] Carrejão: homem que, das estações do caminho-de-ferro, transporta
bagagens para o lugar indicado pelo passageiro.
[3] Rua estreita e comprida estrada estreita, rústica, entre
muros ou sebes, na região periférica de uma povoação, aldeia, vila
etc.;azinhaga in Dicionário
Eletrónico Houaiss da linga Portuguesa.
[4] Coelho, 1900, p. 61/74.
[5] Dono de uma casa
onde se vende vinho a varejo; bodega, taberna, tasca; estabelecimento rústico,
onde se come; taberna (1881); pequena mercearia; tenda in Dicionário Eletrónico Houaiss da linga Portuguesa.
[6] Anamita: relativo ao Aname, região central do Vietname.
[7] Cf. Almeida, 2013, p. 695.
[8] Cf. Almeida, 2013, p. 82.
[9]
Cf. Pontes, 2012, p. 44.
[10] Cf. Almeida, 2013, p. 12.
[11] Cf. Almeida, 2013, p. 89.
[12] Miguel Bombarda - Médico
português (1851-1910). Lecionou na Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e dirigiu
durante vários anos o Hospital de Rilhafoles (hoje com o seu nome),
empenhando-se na sua reorganização. Foi um dos fundadores da Liga Nacional
contra a Tuberculose e presidiu a diversas entidades ligadas à Medicina. Foi
autor de uma vasta obra científica, nomeadamente no domínio da Psiquiatria.
Fez-se ainda notar como republicano e anticlericalista convicto, chegando a
integrar o comité revolucionário que desencadeou o golpe de 1910. Diciopédia,
2002, Porto Editora.
[13] Cf. Almeida, 2013, p. 93.
[14] Pontes, 2012 , p. 60.
[15] Sampaio Bruno - José
Pereira de Sampaio Bruno, jornalista, escritor e político, nasceu no Porto em
1857 e aí morreu em 1915. Foi um autor extremamente versátil, produzindo uma
vastíssima obra de cariz político, religioso e filosófico.
Com apenas catorze anos assinou o seu primeiro artigo. Ainda
adolescente, publicou o seu primeiro livro, intitulado Análise da Crença
Cristã, que suscitou uma onda de revolta e polémica no seio da conservadora
sociedade portuguesa de então. Entre as suas publicações contar-se-iam, mais
tarde, Geração Nova, A Ideia de Deus e Portugal e a Guerra das
Nações, em que simultaneamente se notava o seu poder de filósofo e ensaísta
e o seu desejo de intervenção na realidade que o rodeava.
Foi um acérrimo propagandista da República e toda a sua obra teve
na cultura portuguesa uma forte influência. Com José de Alpoim, Júlio de Matos,
Basílio Teles, Manuel Teixeira Gomes, compartilha os problemas da conjuntura
política do seu tempo. Em conjunto constituem e frequentam tertúlias onde os
seus espíritos de republicanos ficam cada vez mais enaltecidos.
Fez parte da direção do Partido Republicano Português e participou
no golpe de 31 de Janeiro de 1891. Após a proclamação da República, foi nomeado
funcionário superior da Biblioteca Municipal do Porto, o que ainda contribuiu
para o aumento da sua já vasta cultura. Diciopédia, 2002, Porto
Editora.
[16] Citado por Pontes, 2012 , p. 52.
[17] Cf.Almeida, 2013, p. 80.
[18] Cf. Almeida, 2013, p. 14.
[19] Cf. Almeida, 2013, p. 693.
[20]Antepositivo,
do gr. drapétés,ou 'fugitivo'; ocorre nos cultismos drápete, drápetis,
drapetisca, drapetóidea, drapetóideo, drapetomania,
drapetomaníaco e drapetômano, do século XIX em diante in Dicionário Eletrónico Houaiss da
linga Portuguesa
[21] Cf. Dias &
Ferreira, 2016, p. 155.
[22] Pontes, 2012 , p. 19.
[24] Cf. Almeida, 2013, p. 114.
Bibliografia
Almeida,
M. A. (2013). Saúde pública e higiene na imprensa diária em anos de
epidemias, 1854-1918. Lisboa: Colibri.
Castro, P., Lima, M. l., Sobral, J. M., & Sousa, P. s.
(2009). Perante a Pneumônica - a epidemia e as respostas das autoridades de
saúde pública e dos agentes políticos em Portugal (1918-1919). Belo
Horizonte: VARIA HISTORIA, vol. 25, nº 42: p.377-402, jul/dez.
Coelho, C. A. (1900). A Peste do Porto de 1899. Porto:
Impresa Portugueza .
Dias, P., & Ferreira, D. ( 2016). História de
Portugal. Lisboa : Verso da Kapa • Edição de Livros, Lda.
Pereira, A. L., & Pita, J. R. (1993). Liturgia
higienista no século XIX. Coimbra: Revista de Historia das Ideias Vol. 15.
Pontes, D. (2012 ). O cerco da peste no Porto - Cidade,
imprensa e saúde pública na crise sanitária de 1899 . Porto: Faculdade de
Letras do Porto.
Scliar, M. ( 2007 ). História do Conceito de Saúde.
Rio de Janeiro: PHYSIS: Rev. Saúde Coletiva,.
Silva, V. D. (?). A Peste Negra de 1348 e Suas Repercussões. São Paulo: Departamento de História da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo.
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