quarta-feira, novembro 22, 2006

Mauel Antonio Botas


Hernâni Saragoça num artigo publicado na revista Novo Burladero (1991, Julho/Agosto, nº 91) escreve, a cerca Manuel António Botas, o seguinte:



“João Sedvem, quando foi empresário da antiga Praça de Sant'Ana, entusiasmou-se um dia, com a extrema precocidade para o toureio que dava mostras um rapazola exímio em várias sortes. Manuel Botas, pois é dele que escrevemos tornou-se um hábil bandarilheiro desfrutando entre os aficionados do seu tempo, de grande popularidade. Durante muitos anos, a sua presença foi indispensável nas arenas, pois dizia-se até que era o bandarilheiro que mais dinheiro cobrava das empresas. Aos 60 anos, precisamente em 1885, Manuel Botas decidiu retirar-se dos redondéis, embora se conservasse integrado no meio tauromáquico, pois para além dos 90 anos ainda dirigia corridas, actividade a que se dedicou no espaço de 30 anos. Era vê-lo, muito elegante a dirigir os espectáculos de sobrecasaca e chapéu alto. O simpático e popular bandarilheiro faleceu em 1 de Fevereiro de 1912, quando contava 97 lúcidas primaveras.”


Assinatura de Manuel António Botas



Registo Paroquial: 24 de Dezembro de 1867



Manuel António Botas foi uma personalidade de referência da sociedade oitocentista Lisboeta/Nacional. Pela escrita de Júlio de Sousa e Costa (1939) - um jovem jornalista, que entrevista Botas em 1896 -, foi possível conhecer o honradíssimo velho Manuel António Botas. Manuel António Botas cantava o fado, tocava guitarra, era bandarilheiro e foi, durante trinta anos, dirigente de corridas. Dirigia, elegantemente de sobrecasaca e chapéu alto, os espectáculos taurinos. Foi um homem do seu tempo: era uma das figuras mais conhecidas da minha boa cidade de Lisboa, escreve Júlio de Sousa e Costa. Ensinava o fado aos jovens fadistas, como refere Pinto Carvalho (1994) e cantava à desgarrada com a Severa, como escreve Marina Tavares Dias. Era o bandarilheiro que mais cobrava das empresas, escreve Hernâni Saragoça. António Manuel Morais refere que a sua última actuação foi na Praça da Boavista em 1885 e que praticou salto à vara de 1854 a 1870.

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