quarta-feira, novembro 15, 2006

Carta ao Presidente da C.M.P.

Exmo. Senhor Presidente
da Câmara Municipal do Porto


A primeira vez que me dirigi, por escrito, ao senhor Presidente foi para lhe solicitar que diligenciasse no sentido de a BPMP me facultasse a leitura do livro “Fado e Tauromaquia no Século XIX” de António Manuel Morais, edição de 2003, que estava registado, sem cota atribuída na B.P.M.P, na Base Nacional de Dados Bibliográficos – PROBASE.


A resposta definitiva à minha solicitação - por parte dos serviços da CMP - nunca me foi dada por escrito. Falei telefonicamente com o senhor Director da Cultura, Dr. Raul Matos Ferreira em 8 de Agosto. Nesta conversa ficou claro que a única possibilidade que me restava era requisitar o livro noutra biblioteca porque a BPMP não o tinha disponível. O Senhor Director informou-me que os serviços da BPMP requisitariam o referido livro à Biblioteca de Coimbra, assim seria mais rápido. Aceitei. No regresso de férias esperei que entrassem em contacto comigo. Nada! Decidi telefonar no dia 26 de Setembro para saber se já tinha o livro à minha disposição. Fui informado pelo Senhor Director que o livro já estava na biblioteca para ser consultado. Agradeci.


Logo que me foi possível desloquei-me à BPMP: surpresa das surpresas o que me foi entregue não foi o livro mas um quantidade de fotocopias do livro. Não solicitei mais nada. As fotos, existentes no livro, que necessitava de consultar não estavam suficientemente perceptíveis para serem analisadas. Fui a Lisboa e resolvi o meu problema.


Este assunto estava definitivamente encerrado!


Mas, acontece que a (des)organização da BPMP me obriga a voltar a escrever-lhe. Hoje dia 14 de Novembro de 2006 voltei à BPMP e, como sempre, levo a minha pasta de plástico transparente com os meus objectos pessoais (óculos, lupa, esferográfica, lápis, caderno, folhas diversas, etc. etc.). A pasta e os objectos pessoais que uso na BPMP, são os mesmo que utilizo na Torre do Tombo e na Biblioteca Nacional quando aqui me desloco.





Em nenhum destes locais alguma vez me disseram que não podia usar a referida pasta. Acontece que hoje, quando já estava de saída da biblioteca; depois de ter saído da casa de banho, decidi “dar uma vista de olhos” nos livros colocados nas prateleiras da sala contígua à referida casa de banho. Para evitar qualquer mal entendido coloquei a pasta na secretária existente no lado direito da sala. Quando me deslocava para dar uma “vista de olhos” nos livros, o funcionário Pedro, informou-me que não poderia utilizar aquela pasta e que os seus colegas não me deveriam ter deixado entrar com ela. Informei-o que sempre entrei com a pasta na BPMP; nunca ninguém me tinha dito nada; os seus colegas, das salas onde costumo trabalhar, nunca me interpelaram acerca da mesma; utilizo a mesma pasta na TT e na BN. O funcionário Pedro Velho e a sua colega insistiram na impossibilidade de entrar na BPMP com a pasta.


Atendendo a que necessito de voltar à BPMP e à discrepância das atitudes: os que consideram que a pasta é suficientemente transparente para ser utilizada no interior da BPMP e os funcionários, como é o caso do Sr. Pedro Velho e da Senhora Fernanda Rodrigues, que consideram que não, decidi pedir o livro de reclamações para registar os lamentáveis acontecimentos e exigir uma informação objectiva acerca do que se deve usar no interior da biblioteca.


Em vez de me entregar o livro o funcionário pegou no telefone e chamou a Dr.ª. Paula para esclarecer o assunto. A Dr.ª Paula é uma senhora simpática e prestável mas não foi capaz de responder de forma clara e objectiva ao problema que se colocava. Começou por considerar que a pasta era suficientemente transparente para ser usada no interior da biblioteca. O nosso diálogo desenvolveu-se, acabando a Dr.ª Paula por telefonar para alguém (?) que a informou da impossibilidade de utilizar uma pasta que não seja


transparente. Descemos os dois até ao bengaleiro para ouvir a senhora Margarida, funcionária do bengaleiro, dizer que a (minha) pasta não é suficientemente transparente para entrar na BPMP.



A Dr.ª Paula sugeriu que resolvêssemos a questão… Eu considero que existe somente uma forma de resolver estas questões: colocar na porta de entrada da biblioteca o regulamento da mesma onde esteja claro entre outras questões o que se pode transportar para o interior da biblioteca. Não aceito, não é admissível, que as decisões do que é possível levar para o interior da BPMP fique dependente dos critérios de cada um dos funcionários da mesma. Os normativos da BPMP, se existem, devem estar afixados nos locais próprios. Concordo plenamente com a necessidade de desenvolver procedimentos e adoptar condutas que preservem o espólio cultural existente na BPMP; concordo que se reforce a vigilância, se for caso disso; que se organize e melhor o funcionamento da BPMP. Mas, por favor, informem-nos dos procedimentos e das condutas adoptas.


Senhor Presidente,


Este tipo de solicitação é ridículo. De facto os normativos da biblioteca deveriam ser suficientemente claro! Porque é que não são?


Responda, por favor, por escrito, a esta minha reclamação; proíba a utilização dos telemóveis no interior das salas de leitura, sobretudo os dos funcionários que estão constantemente a tocar; desenvolva acções de formação para os funcionários da BPMP; melhor, na medida das suas possibilidades, a preservação dos jornais, revistas, livros e outros documentos importantíssimos existentes na BPMP e exija à senhora Directora da BPMP que afixe os normativos da biblioteca.


Com os meus cumprimentos,


Porto, 14 de Novembro de 2006-11-14



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