sexta-feira, julho 14, 2006

Cafés e Botequins Lisboetas do Séc. XIX: Classes Sociais

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Os cafés eram espaços de sociabilidade construtores de hierarquias e visões do mundo. Ponto de encontro de amigos. Local da “cavaqueira”. Os cafés e botequins eram frequentados por letrados, sabichões, janotas, toureiros, valentões, pategos, entre outros. São um contributo importante para compreender a vida mundana da sociedade oitocentista Lisboeta.
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Desigualdades Sociais na sociedade Oitocentista Lisboeta

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Almanach Ilustrado D "O Século" ano de 1889

Regulo Gungunhana

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Notícia publicada no Almanach Ilustrado do " O Século” ano de 1889

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Associações de Classe dos Toureiros

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Manuel António Botas

Associações de Classe dos Toureiros: a importância do jornalismo na sua constituição











Jornal “A trincheira





Ano: 1910 – Lisboa

(…) O artista de toiros inutiliza-se, via de regra, muito cedo.

São porém tão largos os seus proventos que possam acumular capitais para a velhice? Manifestamente não. O artista trabalha quatro meses e tem de viver doze. Necessita portanto que os seus ganhos tenham o coeficiente três, ou, como quem diz, é-lhes indispensável auferirem pelo trabalho o tripulo do que recebe qualquer outro. E a prova é a vida mais modesta de todos eles. E a prova está ainda nesse desgraçado sudário que nos apresentam Botas com 83 anos, Sancho quase cego, e Calabaça cego de todo, e sem terem de que viver.


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A humanitária iniciativa de Albino Baptista devem, com filantrópica realização das corridas chamadas de inválidos, o não estenderem a mão à caridade. Mas Albino Baptista, bom e generoso, encetou tão má vontade, tanta relutância da parte dos artistas validos, que… não está para mais segundo diz!

E esses senhores que se julgam, nos seus trajos de gala, o que tem havido mais sublime na arte de tourear, não pensam que, amanhã, uma cornada perdida os pode colher e inutilizar, e então, oh! Então é que será bonito ouvir-lhes histórias sobre a confraternidade artística.

Em Espanha há uma associação (…)

Lisboa Domingo, 3 de Julho de 1910

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A Trincheira

“Caixa de Pensões/ Caixa de Socorros” para os toureiros

Fomos procurados pelo infeliz bandarilheiro Silvestre Calabaça, que uma terrível enfermidade inutilizou para sempre para qualquer trabalho, agradecendo-nos a nossa atitude defendendo a instituição de uma associação de classe, meio único para evitar que os toureiros inválidos meio único para evitar que os toureiros inválidos mendiguem o pão de cada dia estendendo a mão à caridade publica.

Fizemos quanto podíamos neste sentido e não descansamos na tarefa que nos impusemos porque nos causa dor profunda ver artistas como Sancho. Como João Calabaça, como Botas, e tantos outros que tiveram o seu tempo e o seu público, caídos na miséria só porque o seu público, e os anos os impedem de trabalhar.

(…)

7 de Agosto de 1910


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A Trincheira

Temos por muitas vezes, aqui neste lugar procurado mostrar aos artistas tauromáquicos a situação precária e deprimente em que os coloca a sua apatia perante a situação do dia de amanhã. Calculamos bem o transe doloroso desses pobres velhos inúteis, Botas, Sancho e Calabaça, vendo sumir-se-lhes a esperança do relativo repouso no aconchego do lar desguarnecido. (…)

1 de Setembro de 1910

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A Trincheira

Corrida a favor dos toureiros inválidos

Uniram-se no “Clube Recreativo Lisbonense” quase todos os toureiros portugueses para realizar uma corrida de touros a favor dos inválidos.

“Começa a despertar curiosidade no público a corrida a favor dos toureiros inválidos.

18 de Setembro de 1910 pagina 2
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Aficionados: cooperem na festa de hoje, que é em benefício desses pobres velhinhos e tereis praticado mais uma obra de caridade!...

Ajudai tão santa cruzada, e todos vós sereis benditos! ….
Carlos Abreu
(Secretario da Redacção)

6 de Nov. de 1910 – nº 13

Photobucket - Video and Image Hosting“Ir hoje a corrida dos inválidos, é praticar um acto de humanidade, que os bons velhinhos hão-de abençoar.”

A Trincheira” 6 de Nov. 1910 pagina 2

Manuel Botas 1912 com 84 anos

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quarta-feira, julho 05, 2006

Exmo. Sr. Prof. Doutor António C. Rodrigues Presidente da C.M.L

Depois de ter enviado uma segunda carta, de ter efectuado aproximadamente cerca de 20 chamadas para diferentes serviços da C.M.L., recebi, com data de 5 de Julho de 2006, uma carta assinada pela senhora Ana Paula Ribeiro chefe de divisão da Direcção Municipal de Ambiente Urbano autorizando a consulta dos documentos por mim solicitados em 5 de Abril de 2006.

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    "Nos arquivos do cemitério estão os livros que me interessam investigar e que me permitirão outras demandas."

  • No passado dia 5 de Abril do corrente ano enviei a V. Ex.ª a carta anexa. No dia 17 do mesmo mês recebi do Chefe de Gabinete da C.M.L. a carta que igualmente anexo.

    Em 16 de Maio decidi telefonar para o Gabinete do Variador Sérgio Lipar para obter informações acerca da minha solicitação. Neste gabinete, falei com a senhora Fernanda Dias que não encontrou a minha carta. Solicitou o meu número de telemóvel e, alguns dias depois, entrou contacto comigo para me informar que o meu ofício foi remetido para o Gabinete do Senhor Variador António Proa.

    No dia 18 de Maio Falei com a senhora Vera que me informou que o senhor Dr. António Costa Pinto deu parecer e enviou para o Engenheiro Mesquita. A secretária do Engenheiro Mesquita deu-me o “número do protocolo da minha carta: 1596/GVST”.

    A senhora Helena Baptista, com que falei no dia 22 de Maio, disse que a minha carta estava no gabinete da Arquitecta Ana Paula Ribeiro.

    No dia 5 de Junho a senhora Teresa Marques informou-me: “já demos despacho e foi para o gabinete do senhor Variador António Proa”. Aqui, no Gabinete do senhor Vereador António Proa, fui informado, pela senhora Helena, que não tinha chegado nada.

    Tente no senhor Director Municipal, alguém me disse. Talvez O senhor Director de Departamento Engenheiro Carlos Ferreira… No Gabinete da Presidência no dia 12 de Junho miguem atende!


    Senhor Presidente

    Dir-me-á que o que acabo de lhe relatar não pode ter acontecido!? Aconteceu! E não foi só isto que lhe conto que se passou. Não lhe relato tudo o que me aconteceu nesta deambulação pelos serviços da C.M.L. porque tal se tornaria ainda mais enfadonho. De facto, Senhor Presidente o que eu desejo é somente ter acesso aos serviços administrativos da Cemitério do Alto de São João para aí poder continuar a minha investigação.

    Nos arquivos existentes nos serviços administrativos do Cemitério do Alto de São João está tudo o que eu necessito para poder continuar o meu trabalho posterior na Torre do Tombo e na Biblioteca Nacional. Nos arquivos do cemitério estão os livros que me interessam investigar e que me permitirão outras demandas.

    Para não dificultar a decisão de V. Exa. e dos serviços que dirige solicito-lhe somente autorização para consultar e fotocopiar alguns dos registos existentes nos arquivos do Cemitério do Alto de São João relativos às pessoas e/ou familiares das pessoas referenciadas na carta que lhe enderecei em 5 de Abril de 2006.



    Com os meus melhores cumprimentos,



    Porto, 15 de Junho de 2006





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segunda-feira, julho 03, 2006

LusasGentes

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O Presidente da C.M.P. e o frade franciscano inglês Guilherme de Baskerville e o aprisionamento do cobiçado livro...



Photobucket - Video and Image HostingO livro “Fado e Tauromaquia no Século XIX” de António Manuel Morais, edição de 2003, está registado, sem cota atribuída na B.P.M.P, na Base Nacional de Dados Bibliográficos – PORBASE.

No serviço de leitura da BPMP requisitei o referido livro no passado mês de Maio. Algum tempo depois fui informado, pela funcionária de serviço, que o mesmo ainda não estava disponível. Solicitei-lhe que me dissesse quando poderia estar disponível. A funcionária telefonou para alguém com quem dialogou durante breves minutos. Após conclusão do telefonema informou-me que deveria voltar requisitar o livro dali a duas semanas.

Aguardei que passassem as duas semanas aconselhadas e voltei a requisitar o livro. Nada! O livro ainda não está disponível. A funcionária que me atendeu, desta vez, revelou-se muito atenta e preocupada. Sabendo das diligências que eu tinha efectuado, decidiu indagar acerca da possibilidade de o livro existir na Biblioteca Almeida Garrett. Telefonou, mas nada! O livro só existe em Lisboa, Coimbra e aqui, disse-me. Agradeci…

Dirigi-me à Dr.ª Paula, informei-a do que se estava passar e pedi-lhe que me acudisse. Mas, o resultado foi, mais uma vez, um lamento: lamento mas nada posso fazer. A Dr.ª. Paula é uma profissional simpática, compreensiva e colaborante. Foi a primeira vez que me disse que nada podia fazer.

Após todas as diligências efectuadas só me restava uma possibilidade para obter o livro: escrever à Senhora Directora da B.P.M.P. Foi o que fiz. Enviei-lhe um e-mail seguido de uma carta, que entreguei pessoalmente nos serviços administrativos da Biblioteca.

A resposta foi-me entregue quando na semana seguinte - dia 09 de Junho - me dirigi aos serviços administrativos da Biblioteca:

“Este e alguns outros títulos encontram-se temporariamente indisponíveis para consulta e leitura por razões técnicas (…) A Biblioteca não tem possibilidade de resolver esta dificuldade tão rapidamente quanto desejaria nem de apresentar uma previsão de prazo para resolução.”

Exmo. Senhor Presidente

O livro que pretendo consultar não é uma preciosidade da literatura portuguesa que deva estar arredado da cobiça de qualquer um. A B.P.M.P. não é também um daqueles mosteiros cristãos da idade média que se constituíam em fortalezas onde o conhecimento era preservado/ocultado com imensas dificuldades. Não pretendo igualmente que o Senhor Presidente se transmute no frade franciscano inglês Guilherme de Baskerville e se envolva na investigação das razões que subjazem ao aprisionamento do cobiçado livro. O que pretendo, senhor Presidente, é simplesmente ter acesso ao livro que está na origem desta carta; contribuir para que todos os livros que estão “prisioneiros” da B.P.M.P. sejam libertados, possam ser tocados por todas as mãos que os ambicionem; que estejam livres e em circulação.

Com os melhores cumprimentos,

Porto, 14 de Junho de 2006



Anexos:
Carta endereçada à Exma. Senhora Directora da B.P.M.P.
Fotocópia da carta remetida pela Senhora Directora da B.P.M.P.

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tradutor